sábado, 26 de janeiro de 2013

Os Estágios do Crescimento Espiritual



Em algum ponto da sua jornada espiritual, todo estudante sério da sabedoria tem necessidade de saber se está fazendo progresso.

Quais são os sinais do crescimento espiritual?
Há estágios definidos de crescimento?[...]


[...]Todas as tradições espirituais recomendam que não nos preocupemos com o progresso. Conta-se aquela história de um discípulo a quem foi dito que necessitaria dez anos para alcançar a auto-realização. Ele quis saber se, trabalhando duro, poderia alcançar a meta em menos tempo. A resposta foi que neste caso ele demoraria muito mais tempo, porque, enquanto há preocupação em alcançar a meta, não é possível dar o melhor de si para a busca espiritual.

A obra “Luz no Caminho” recomenda:


“Cresça como cresce uma flor, inconscientemente, mas com um profundo desejo de abrir sua alma para o ar. Do mesmo jeito, você deve fazer um esforço para ir adiante e abrir sua alma para a eternidade.”

No entanto, é recomendável praticar a auto-observação ao final de cada dia, para tornar-nos conscientes dos nossos pontos fortes e das nossas fraquezas, tomando uma decisão eficaz de não repetir os erros.

O desenvolvimento espiritual é um processo lento. Como bons jardineiros, devemos preocupar-nos somente com a tarefa de nutrir bem a planta da alma, sem forçar o seu crescimento. Ela pode não estar suficientemente forte para produzir frutos quando nós queremos, mas algum dia ela produzirá. Basta para que isso aconteça que não sejamos ansiosos e que a alimentemos corretamente.[...]


[...]Talvez durante um longo tempo não haja quaisquer sinais visíveis do nosso progresso.
Mas o importante nesta jornada não é o quanto nós progredimos. O importante é em que direção estamos avançando. Há certos fatos que indicam se estamos mudando e crescendo, e se estamos na direção certa. Certas experiências e intuições são comuns a todos os aspirantes espirituais.

Pessoas diferentes têm modos diferentes de progredir. Cada um abre para si mesmo um caminho único. O processo não ocorre como se alguém avançasse por um caminho lamacento, deixando detrás de si pegadas inconfundíveis que os outros podem seguir para alcançar a meta.[...]

[...]Cada ser humano é único, e embora haja certas experiências básicas pelas quais todos têm de passar, os passos exatos e o ritmo de crescimento não são os mesmos.O Buddha diz que o caminho de uma pessoa que alcançou a auto-realização “é tão difícil de determinar como o vôo dos pássaros pelo céu”.

Quando começa o processo da mudança, podemos ver a transformação nos planos físico, mental, emocional e moral. À medida que progredimos, somos capazes de permanecer serenos e continuar com nosso trabalho mesmo quando o corpo está doente, porque somos capazes de dissociar-nos do corpo. Mais adiante, percebemos que temos maior controle dos nossos pensamentos e emoções. Há menos necessidade de depender dos outros. O antigo desejo por novidades e sensações é lentamente substituído pela satisfação da paz. Podemos descobrir que perdoamos mais e temos mais compaixão, e que aceitamos mais facilmente as pessoas e as circunstâncias.

Há uma transição gradual no sentido de estarmos menos centrados em nós mesmos.
Passamos a ser mais solidários e altruístas, e isso forma a essência do verdadeiro progresso. Janki C. dá uma descrição do processo quando diz que, no primeiro estágio, estamos na Idade da Inocência, e esperamos, como crianças, que alguém nos ame e cuide de nós. Deus existe para atender os nossos desejos. O estágio seguinte é a Idade da Desilusão. Ao ver a realidade da vida, muitos se tornam cínicos e materialistas. Vem depois a Idade da Responsabilidade, quando o buscador começa a assumir o controle da sua própria vida. Mais tarde ele avançará para o estágio seguinte, a Idade da Solidariedade. Nela, ao invés de querer que os outros compartilhem da sua dor, ele deseja aliviar a dor dos outros. A Idade da Iluminação ocorre muito depois da Idade da Solidariedade. Agora o amor se torna universal, e há uma completa identificação do indivíduo com os outros seres. É a culminação do crescimento espiritual. É o estágio do auto-realização.[...]



[...]“Prepare-se, porque você terá que viajar sozinho. O Instrutor só pode apontar o caminho.”

Enquanto o que busca não tiver alcançado o estágio em que ele possui autoconfiança, intuição e um completo controle da sua natureza pessoal, ele só terá a ajuda dos planos internos do seu ser, através de indícios, ideias e inspiração. Se um Mestre fosse ajudar ou interferir em cada estágio, não haveria crescimento.

O fato é ilustrado pela história do homem que encontrou um casulo de borboleta, no qual já havia uma pequena abertura. Ele observou durante várias horas a luta da borboleta para romper o casulo e libertar-se.

Decidiu ajudar a borboleta. Para isso, cortou com uma pequena tesoura o que faltava romper do casulo.

Como resultado, a borboleta emergiu com um corpo inchado e um par de asas pequenas e enrugadas, e ficou sem poder voar pelo resto da vida.

Acontece que, no processo natural, à medida que a borboleta tenta abrir caminho através da pequena abertura no casulo que a prende, o fluido se transfere do seu corpo para as asas.

É assim que as asas se expandem, se fortalecem e ficam prontas para o voo.
“No mundo mental, assim como no mundo espiritual, cada homem deve avançar por seus próprios esforços”,

escreveu H.P. Blavatsky.







Fonte: Filosofia Esotérica

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