quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O conto de fada numa abordagem Junguiana

A cada dia me encantam mais e mais as histórias dos contos de fadas, talvez porque adoro ler entrelinhas e descobrir pontos de vista diversos. Com eles desato nós, desfaço (pré)conceitos. Aprendo que as histórias têm outras feições, outros jeitos, outras formas. Aprendo sob uma ótica diferente a reescrever a minha história ou histórias.

Para Jung os contos de fada têm origem nas camadas profundas do inconsciente, comuns à psique de todos os humanos, “dão expressão a processos inconscientes e sua narração provoca a revitalização desses processos restabelecendo assim a conexão entre consciente e inconsciente”.

Pertencem ao mundo arquetípico. O arquétipo é um conceito psicossomático, unindo corpo e psique, instinto e imagem. Para Jung isso era importante, pois ele não considerava a psicologia e imagens como correlatos ou reflexos de impulsos biológicos. Sua asserção de que as imagens evocam o objetivo dos instintos implica que elas merecem um lugar de igual importância.

Os arquétipos são percebidos em comportamentos externos, especialmente aqueles que se aglomeram em torno de experiências básicas e universais da vida, tais como nascimento, casamento, maternidade, morte e separação. Também se aderem à estrutura da própria psique humana e são observáveis na relação com a vida interior ou psíquica, revelando-se por meio de figuras tais como anima, sombra, persona, e outras mais. Teoricamente, poderia existir qualquer número de arquétipos.

Os mitos seriam como sonhos de uma sociedade inteira: o desejo coletivo de uma sociedade que nasceu do inconsciente coletivo. Os mesmos tipos de personagens parecem ocorrer nos sonhos tanto na escala pessoal quanto na coletiva. Esses personagens são arquétipos humanos. Os arquétipos são impressionantemente constantes através dos tempos nas mais variadas culturas, nos sonhos e nas personalidades dos indivíduos, assim como nos mitos do mundo inteiro.

Histórias representativas do inconsciente coletivo, oriundas de tempos históricos e pré-históricos, retratando o comportamento e a sabedoria naturais da espécie humana.

Os contos de fadas apresentam temas similares descobertos em lugares muitíssimo separados e distantes em diferentes períodos. Lado a lado com as idéias religiosas (dogmas) e o mito, fornecem símbolos com cuja ajuda conteúdos inconscientes podem ser canalizados para a consciência, interpretados e integrados.

São histórias desenvolvidas em torno de temas arquetípicos. Jung tinha como hipótese que sua intenção original não era de entretenimento, mas de que viabilizavam um modo de falar sobre forças obscuras temíveis e inabordáveis em virtude de sua numinosidade, que arrebata e controla o sujeito humano, e seu poder mágico. Os atributos dessas forças eram projetados nos contos de fadas lado a lado com lendas, mitos e, em certos casos, em histórias das vidas de personagens históricas. A percepção disso assim levou Jung a afirmar que o comportamento arquetípico poderia ser estudado de dois modos, ou através do conto de fadas e do mito, ou na análise do indivíduo.

Por isto seus temas reaparecem de maneira tão evidente e pura nos contos de países os mais distantes, em épocas as mais diferentes, com um mínimo de variações. Este é o motivo porque os contos de fada interessam à psicologia analítica.

Os contos de fadas, os mitos, a arte em geral, são formas simbólicas pelas quais a psique se manifesta e que podem contribuir para a formação harmoniosa da criança. Apesar das contingências externas, das conjunturas sócio-político-económicas, há saídas para o ser humano, não somente a partir da coletividade, mas, sobretudo, a partir das metamorfoses de cada um – o caminho a que Jung chamou o “processo de individuação”.

Para Jung, “individuação” significa tornar-se um ser único, dar a melhor expressão possível às nossas características pessoais e intrínsecas.

A criança ouve a história e ela pode levá-la a uma mudança pessoal, não porque a entenda (usando, portanto, o intelecto), mas sim porque as imagens que ela contém vão diretas ao seu inconsciente, vão “trabalhar” os seus conteúdos e resolver algum problema eventual.

Apesar das suas características ditas “universais”, o conto de fadas tem sofrido alterações ao longo do tempo, de acordo com os gostos conscientes ou inconscientes de cada geração. Tal como o mito, também o conto de fadas apresenta seres e acontecimentos extraordinários, mas, em contrapartida e tal como a fábula, tende a desenrolar-se num cenário temporal e geograficamente vago, iniciando-se e terminando quase sempre da mesma forma: “Era uma vez…” e “Viveram felizes para sempre.”

Devido ao poder e à simplicidade das suas imagens, são formas de nos ajudar a despertar e operam a diversos níveis da consciência. A análise do conto propõe-nos um atalho atraente para o interior de nós mesmos, e convida-nos a efetuar um verdadeiro trabalho de auto-conhecimento e de transformação.

Os contos são mais do que ensinamentos, são uma verdadeira iniciação, misteriosa e mágica, quase sagrada. Como todas as obras de arte tradicionais, eles são sóbrios, em meios, mas ricos em símbolos e arquétipos. Os contos são um enigma cuja resolução deve ser procurada no nosso interior e não neles mesmos.

No conto A Bola de Cristal, por exemplo, o príncipe parte em busca de sua princesa que espera ser libertada. Mas quando a encontra, ela parece-lhe abominável. Então ela diz: “O que vês não é o meu verdadeiro rosto. O Grande Mágico tem-me em seu poder. Por causa dele, os homens só podem ver-me sob esta forma horrível. Se quiseres contemplar a minha verdadeira aparência, vê-me no espelho. O espelho não se deixa enganar e mostrar-te-á a minha verdadeira face”. O herói olha para o espelho e vê nele o rosto, cheio de lágrimas, da moça mais bela do mundo.

O conto é um espelho mágico no qual somos convidados a mergulhar, a fim de nos reconhecermos. Não no sentido de nos afogarmos numa auto-contemplação estéril, como Narciso, mas antes no de nos observarmos tal e qual somos, para além das aparências.

Existe em cada um de nós uma princesa encantada que achamos feia e abominável: são os nossos recalques, que vivemos sob a forma de vergonha, inveja, cólera e desencorajamento, entre outros. Se aprendermos a ver esses instintos nesse espelho de verdade que são os contos, poderemos contemplar as verdadeiras belezas que habitam em nós e que choram enquanto aguardam a sua libertação.

Essas princesas só têm um herói: nós mesmos. É a nós que compete libertar o nosso reino interior e a princesa belíssima que nos espera. É a parte mais íntima do nosso ser que encontramos no espelho dos contos e que nos conduz à libertação e ao desabrochar pleno. Existe uma identidade perfeita entre nós e o conto. O conto é a nossa história. É a encenação metafórica de aspectos nossos que ignoramos, recusamos, ou que não sabemos ver tal e qual são. Se conseguirmos penetrar no espelho e reconhecer a nossa imagem, se escutarmos o conto para nele encontrarmos aspectos concretos da nossa existência, bastar-nos-á pôr em prática as suas propostas e viver a nossa vida segundo esse modelo de verdade.

Somos feitos da mesma maneira que os contos são feitos e a função dos contos é lembrar-nos isso mesmo. Se não nos lembramos, é porque estamos sob o feitiço de um Grande Mágico, que nos subjuga, seja através de condicionamentos mentais, seja através das representações falseadas da realidade.

O conto tem por fim acordar a nossa estrutura de verdade profunda, levar-nos a experimentá-la e a pô-la em movimento, a fim de que possamos harmonizá-la com o arquétipo ideal. É ele a chave de acesso a um maior auto-conhecimento.
* Marilene Tavares de Almeida pós-graduanda em literatura infantil.

Sobre a maturidade masculina



Durante muito tempo a cultura popular tem passado a imagem de um homem que não coincide com a sua masculinidade. Muitos não sabem o que é ser verdadeiramente homem, ninguém os ensinou. Buscam viver de aparências, fingindo serem íntegros em sua personalidade. Passam parte de suas vidas escondendo-se de si e dos outros, tentando mostrar uma imagem que não lhes pertence. Durante muito tempo a cultura popular tem passado a imagem de um homem que não coincide com a sua masculinidade. Muitos não sabem o que é ser verdadeiramente homem, ninguém os ensinou. Buscam viver de aparências, fingindo serem íntegros em sua personalidade. Passam parte de suas vidas escondendo-se de si e dos outros, tentando mostrar uma imagem que não lhes pertence. A sociedade atual apresenta a figura do homem perfeito como sendo aquele que se dedica ao trabalho, se esforça para ser um empresário famoso no mundo empresarial, que nunca perde, mas sempre ganha nos negócios. Uma máquina ambulante de produção. Isso tem feito com que o homem reprimisse tudo o que vem a ser empecilho para a sua ascese no campo sócio-econômico, inclusive o seu lado sentimental, dos afetos e da sensibilidade. Diante dessa realidade surge o questionamento: Por quê os homens se tornaram tão vazios de sentimentos e tão superficiais? Tal problema pode ser estudado à luz da psicologia de Carl Gustav Jung. Para Jung, a personalidade é constituída de várias instâncias que estão em constante tensão, onde uma se opõe à outra. Dentre essas se destacam a anima e animus. A primeira seria a imagem coletiva da mulher presente no inconsciente do homem, levando-o a ter características femininas em sua personalidade. A segunda, pelo contrário, é a imagem masculina presente no inconsciente da mulher. Essas imago são denominadas arquétipos (conjunto de imagens herdadas de nossos ancestrais) e se encontram no inconsciente coletivo de todo indivíduo. São elas que permitem a identificação do homem coma natureza da mulher e vice-versa. De acordo com Jung “não existe homem algum, tão exclusivamente masculino que não possua em si algo de feminino.”[1] O fato é que, na maioria das vezes, os homens ocultam esta vida afetiva, que em muitos casos é vista como característica própria da mulher. Com isso o homem acredita ser uma virtude reprimir esses traços de sua personalidade. O que ele não sabe é que todo material reprimido não é anulado. Ele é acumulado no inconsciente, podendo retornar ao consciente de outras formas. A repressão da anima pelo homem pode criar no mundo externo a imagem de um homem forte, firme em suas decisões e aparentemente realizado. Entretanto, quando ele se depara com o mundo interior, percebe que existe uma criança delicada, que tem medo de si e dos outros e ao mesmo quer se lançar em busca de uma vida plena, de paixão, ternura e amizade. Com isso, se percebe que um dos problemas ligados à masculinidade se deve à não aceitação da imago feminina. Analisando a formação do homem no contexto da modernidade, fica evidente o desenvolvimento desordenado de sua personalidade. Não ensinaram o menino a ser homem. O fato é que ele cresce dentro de um ambiente onde o método educativo consiste na supressão ou repressão das fraquezas. A sociedade, sobretudo na cultura ocidental, introduziu na cabeça dos meninos que o homem, para provar a sua masculinidade, não podia expressar sentimento algum. O homem-varão não pode chorar, ser carinhoso, dizer palavras dóceis nem ser educado. Ele não pode manifestar características que pertencem às mulheres. Desse modo, formou-se muitos homens grosseiros, machões, verdadeiros “tanques de guerra”. Homens superficiais que preferem se relacionar com o mundo financeiro da empresa a ousar demonstrar sensibilidade para com os filhos e a esposa. “A maioria esmagadora dos homens é incapaz de colocar-se individualmente na alma do outro”.[2] O menino que cresce reprimindo a sua anima possivelmente terá problemas no relacionamento com os outros, sobretudo com as mulheres. É perceptível a falta de intimidade presente no relacionamento de homens que sufocam a sua anima. Quem não conhece um modelo de homem assim? Portanto, é necessário que o homem tenha coragem de se lançar num caminho de maturação e de resgate da sua autêntica masculinidade. O psicólogo austríaco Steve Bidduph em seu livro, Por que os homens são assim? diz que “se existe um primeiro passo a ser dado pelos homens em direção à cura, provavelmente é começarem a ser mais verdadeiros”.[3] Isto é, assumir que da forma que vivem na sociedade não os torna felizes. Aceitar que viver fingindo ser alguém é tolice, e só trará sofrimento para si mesmo. Para Jung o ponto de maturidade da psique humana está na harmonia das várias instâncias. Neste caso, a harmonia entre anima e animus, cuja falta de desenvolvimento de um ou do outro retém o pleno desabrochar da personalidade. É preciso que o homem tome consciência desta bissexualidade inata na sua personalidade, ou seja, a presença da natureza feminina, possibilitando assim, seu encontro com a verdadeira masculinidade. “O homem natural vive em todo homem. Ele é belo e divino. Tem uma enorme energia fundamental e um grande amor pelo mundo. É tão educador, protetor e criador quanto a figura feminina, mas educa, protege e cria a seu jeito masculino. … A tarefa do homem é se conhecer melhor, de modo a aumentar sua contribuição para o mundo e a honestidade para consigo”

Asa Baber, em Wingspan.[4] [1] JUNG, Carl Gustav. Parte II: Anima e animus. Estudos de psicologia analítica. Ed. Vozes. Petrópolis, 1981.p.179, 197. [2] JUNG, Carl Gustav. Parte III: A técnica de diferenciação entre o eu e as figuras do inconsciente. p.210,363. [3] BIDDUFH, Steve. Cap. 2: O que saiu de errado. Por que os homens são assim?. Ed.: Fundamento, São Paulo,2003. p.12. [4] BIDDFH, Steve. Cap.11: O espírito natural dos homens. p. 130 Freitas_filosofia

YIN E YANG NAS DINÂMICAS DOS RELACIONAMENTOS AMOROSOS


Do ponto de vista junguiano os conceitos Yin e Yang da filosofia oriental expressam valores do simbolismo de nossa psique, ilustram o funcionamento psicológico que deriva do conflito entre opostos na estrutura de nossa mente. Na filosofia chinesa eles caracterizam polaridades de diversos opostos, bem versus mal, masculino versus feminino, racional versus emocional, consciente versus inconsciente, entre tantos outros.
De acordo com essa forma de pensamento tudo o que existe no universo deriva desse conflito de opostos, mas o conflito não é negativo, é unificador, tornando-se é uma tentativa de combinar equilibradamente as partes do Yin e Yang. Desse ponto de vista, nada é apenas um aspecto e se o é, se torna doentio. O ideal é utilizar todos os opostos para vivenciarmos diversas habilidades humanas.
Em seu livro Ponto de Mutação, o físico austríaco Fritjof Capra reuni conceitos da prática oriental com a física quântica e definiu certas característica. Yin é a capacidade de energia receptiva, cooperativa, solidária, emocional, ou seja, é a capacidade feminina da psique. Já Yang é a capacidade externa, agressiva, expansiva, competitiva, ação e mostra o lado mais animal e masculino do ser humano.
Na visão junguiana essas características ilustram Animus e Anima. Todo arquétipo tem sua base na experiência biológica humana. Nós somos gerados da parceria que existem entre o homem e a mulher, para existirmos precisamos do espermatozóide masculino e do ventre feminino. Assim recebemos cargas genéticas de ambos os sexos. Nossa existência se da na junção de questões básicas do DNA, somos formados a partir de 23 cromossomos masculinos e 23 femininos, totalizando 46 cromossomos numa célula chamada zigoto, dessa unificação nascem os seres humanos.
Os hormônios masculinos que habitam a alma feminina são a testosterona e o andrógeno, eles fazem parte da musculatura, ajudam a regular o sistema reprodutor e auxiliam que o processo da gravidez aconteça saudavelmente. No homem os hormônios femininos são a progesterona e o estrogênio, o que da ao homem auxiliam no processo energético, na massa corporal e gordura corporal. Biologicamente um habita o corpo do outro. E por termos estas bases genéticas e biológicas, herdamos também a estrutura psíquica.
Enfim, Animus é o arquétipo que organiza as experiências do masculino, todos os homens já são animus, pois biologicamente identificam-se através do corpo com esse arquétipo. A Anima é o arquétipo responsável pelo feminino, as mulheres ao nascerem já se identificam com essa imagem. Entretanto podem ocorrer exceções que causam disfunções psicológicas em nossas estruturas.
Mas, esses arquétipos vivem enquanto realidades psicológicas nos seus opostos. Todo homem possui dentro de si uma imagem do feminino, da mulher, da mãe e isso é a sua Anima, ela ensina ao homem a entrar em contato com seus lados subjetivos. E o mesmo ocorre com a mulher mas sua figura interna é o Animus que é o masculino, o homem, o pai e auxiliando o contato com o lado físico e real.
Nas pessoas com um desequilíbrio entre essas funções, não existe um meio termo, ou se vivencia o lado Yin (Anima) ou o lado Yang (Animus). Isso ocorre pelo fato já dito acima, os complexos materno e paterno, por causa da inversão de papeis familiares há também um erro na percepção do feminino e masculino das mulheres.
Exemplos são as mulheres que procuram homens mais velhos para se envolverem afetivamente, a nível inconsciente procuram um pai que cuide delas, e eles com a energia do complexo paterno negativo atuando acabam sendo esta imagem psíquica. Ou então, as mulheres que se envolvem com homens que procuram mães, elas dominam esses homens, os sufocam, tratando-os como crianças, isso porque a nível inconsciente procuram ser mães dos parceiros.
Há também o perfil de mulheres que valorizam demais o corpo e o sexo como se fosse à única coisa que tem a oferecer, isso é patológico, pois a própria mulher desconhece o feminino, e muitas dessas mulheres podem exercer o complexo materno negativo, traindo ou escolhendo homens que as traiam e as desvalorizem.
Já nos homens, eles podem ser homens indecisos, às vezes preferem interromper o relacionamento, tendo medo de se machucarem emocionalmente, sendo assim, trocam rapidamente de parceiras, sempre buscando relacionamentos seguidamente, se envolvendo apenas sexualmente, entretanto, isso é uma forma de defesa ao amor, pois inconscientemente tem a idéia de que não são bons para receberem isso.
Ou ainda, podem ser possuídos pelo complexo materno negativo, invocando a imagem arquetípicas do Don Juan, estes geralmente seguem assim procurando uma mãe-deusa, uma mulher perfeita que os faça apaixonar fortemente. Isso tudo é uma dinâmica inconsciente para os homens que são acometidos por esta imagem, eles não percebem que estão sendo manipulados por forças interiores, e além do mais, existe também uma cultura brasileira que reforça esse comportamento com diversos estímulos ambientais, fazendo as pessoas acreditarem que isso é ser homem.

MENTES VAZIAS









Luiz Soares das Terras Nordestinas, em 31 de janeiro de 2013.

São mentes vazias

Que tornam os dias cheios.

São mentes vazias

Que clamam pela opulência.

São mentes vazias

Que se esmeram nas vestimentas.

São mentes vazias

Que se enfeitam nas vitrines da vida.

São mentes vazias

Que não sabem fazer acontecer.

São mentes vazias

Que usam os monólogos intermináveis.

São mentes vazias

Que decoram o que, sem saber por quê?

São mentes vazias

Que se julgam importantes.

São mentes vazias

Que imitam os absurdos.

São mentes vazias

Que desconhecem os guias.

São mentes vazias

Que se escondem nas orações.

São mentes vazias

Que transferem suas responsabilidades.

São mentes vazias

Que negam a caridade.

São mentes vazias

Que se conformam na falsidade.

São mentes vazias

Que desconhecem a felicidade.

São mentes vazias

Que aniquilam a verdade.

São mentes vazias

Que estimulam a mediocridade.

São mentes vazias

Que procuram receber sem dar.

São mentes vazias

Que exultam o nós e nada ao vosso reino.

São mentes vazias

Que vivem do ócio.

São mentes vazias

Que procuram intermediários.

São mentes vazias

Que se julgam no calvário.

São mentes vazias

Sem os acordes da fraternidade.

Ah! Quantas mentes vazias.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Tola Inveja

A inveja é um sentimento inferior que se traduz pelo desejo da pessoa ser o que o outro é, ou possuir o que o outro detém.

É comum se invejarem as pessoas ricas, famosas, as que têm poder. Invejam-se reis, artistas, empresários de sucesso.

O que não se analisa, nem se cogita é que a riqueza, a fama e postos de comando têm um preço.

Vendo as personagens que invejamos desfilarem nas páginas das revistas ricamente ilustradas, ou nas imagens televisivas, constatamos somente a parte boa, positiva.

As pessoas famosas, entretanto, não conseguem ter vida particular e nem realizar coisas simples, que desejariam.

Para saírem à rua, necessitam de esquemas de segurança, disfarces, horários próprios, uma série de cuidados.

Vivem em mansões ou palácios, mas não têm o direito de andar pelas ruas, olhando vitrines, descontraídas.

Não podem sentar num banco de jardim público, comer pipocas e ficar olhando o ir e vir das pessoas, numa tarde de sol morno.

Viajam em jatos particulares, têm uma agenda disputada, compromissos infindáveis e não conseguem um minuto de paz. Onde quer que estejam, fotógrafos, repórteres se encontram à espreita para fotografar, criticar, mostrar ao público.

Frequentam lugares sofisticados e caros, onde se sentem sempre como se estivessem em uma vitrine, observadas por todos.

Quando não, perseguidas por uma legião de fãs que tudo querem ver, saber, conhecer, disputar.

Se adoecem, não têm direito à privacidade. Detalhes dos exames realizados, do diagnóstico, tudo é do interesse do público.

Dramas familiares, que desejariam ficassem guardados entre as paredes do lar, logo se tornam de domínio público. Já pensamos como se sentiram aqueles que, porventura, tiveram apresentados a público a filha que se envolveu com drogas, ou o filho que se prostituiu?

Nos momentos de luto e dor, nem podem expressar toda a sua verdadeira dor, porque as câmeras de TV os estão focalizando, os microfones estão a postos para tudo registrar, captar.

Talvez prezassem ficar em silêncio e a sós, velando o corpo do afeto que partiu. Contudo, não lhes é permitido. Elas não se pertencem. A sua vida é do interesse da sociedade. Todos querem ver, falar, opinar, tocar.

Antes de invejarmos a vida do outro, o cargo, o poder, a riqueza, pensemos se teríamos condições de suportar e pagar o preço que é exigido.

Porque a fama, a riqueza, o poder não são meras circunstâncias na vida. São provações ou expiações para o Espírito reencarnado. Tanto quanto o anonimato, a pobreza, a subalternidade.

Todas são etapas de crescimento e de progresso e cada um, onde esteja, delas se deve utilizar com sabedoria, extraindo toda a experiência que oferecem.



reflexão

Cada um de nós está colocado no lugar exato. Ninguém que esteja recebendo o que não merece.

Enquanto nos colocamos na posição de invejosos, sonhando e desejando ardentemente o que os outros usufruem, nos esquecemos de valorizar o que possuímos e o que somos.

Esquecemo-nos das bênçãos da família que nos sustenta afetivamente, do emprego que nos permite aprendizado e nos garante o salário da honra.

Esquecemos do amor de Deus que, todos os dias, posiciona o sol, dispõe a chuva, alimenta os campos e reproduz os grãos.

Amor divino que se estende para todos, ricos e pobres, famosos e anônimos, poderosos ou subalternos.
Redação do Momento Espírita com base em conferência de Raul Teixeira,
proferida em 22.08.1999, no IV Simpósio Paranaense de Espiritismo,
em Curitiba, Paraná.
Em 23.01.2009.

Faça seu semelhante mais feliz



Faça seu Semelhante mais Feliz

Pegue seu "Sorriso"

E presenteie a quem nunca teve um.

Descubra uma "Fonte"

e banhe quem vive na lama.

Use sua "Valentia"

Para dar força e ânimo

a quem não sabe lutar.

Tenha "Esperança"
E viva em sua luz.

Descubra o "Amor"

E passe a conhecer o mundo.

Pegue um "Raio de Sol"

E faça-o brilhar onde reina a escuridão.

Pegue uma "Lagrima"

E ponha-o no rosto de quem nunca chorou.

Descubra a "Vida"

E ensine-a a quem não sabe entendê-la.
Pegue sua "Bondade"
E dê-a a quem não sabe dar!

Mahatma Gandhi


sábado, 26 de janeiro de 2013

Os Estágios do Crescimento Espiritual



Em algum ponto da sua jornada espiritual, todo estudante sério da sabedoria tem necessidade de saber se está fazendo progresso.

Quais são os sinais do crescimento espiritual?
Há estágios definidos de crescimento?[...]


[...]Todas as tradições espirituais recomendam que não nos preocupemos com o progresso. Conta-se aquela história de um discípulo a quem foi dito que necessitaria dez anos para alcançar a auto-realização. Ele quis saber se, trabalhando duro, poderia alcançar a meta em menos tempo. A resposta foi que neste caso ele demoraria muito mais tempo, porque, enquanto há preocupação em alcançar a meta, não é possível dar o melhor de si para a busca espiritual.

A obra “Luz no Caminho” recomenda:


“Cresça como cresce uma flor, inconscientemente, mas com um profundo desejo de abrir sua alma para o ar. Do mesmo jeito, você deve fazer um esforço para ir adiante e abrir sua alma para a eternidade.”

No entanto, é recomendável praticar a auto-observação ao final de cada dia, para tornar-nos conscientes dos nossos pontos fortes e das nossas fraquezas, tomando uma decisão eficaz de não repetir os erros.

O desenvolvimento espiritual é um processo lento. Como bons jardineiros, devemos preocupar-nos somente com a tarefa de nutrir bem a planta da alma, sem forçar o seu crescimento. Ela pode não estar suficientemente forte para produzir frutos quando nós queremos, mas algum dia ela produzirá. Basta para que isso aconteça que não sejamos ansiosos e que a alimentemos corretamente.[...]


[...]Talvez durante um longo tempo não haja quaisquer sinais visíveis do nosso progresso.
Mas o importante nesta jornada não é o quanto nós progredimos. O importante é em que direção estamos avançando. Há certos fatos que indicam se estamos mudando e crescendo, e se estamos na direção certa. Certas experiências e intuições são comuns a todos os aspirantes espirituais.

Pessoas diferentes têm modos diferentes de progredir. Cada um abre para si mesmo um caminho único. O processo não ocorre como se alguém avançasse por um caminho lamacento, deixando detrás de si pegadas inconfundíveis que os outros podem seguir para alcançar a meta.[...]

[...]Cada ser humano é único, e embora haja certas experiências básicas pelas quais todos têm de passar, os passos exatos e o ritmo de crescimento não são os mesmos.O Buddha diz que o caminho de uma pessoa que alcançou a auto-realização “é tão difícil de determinar como o vôo dos pássaros pelo céu”.

Quando começa o processo da mudança, podemos ver a transformação nos planos físico, mental, emocional e moral. À medida que progredimos, somos capazes de permanecer serenos e continuar com nosso trabalho mesmo quando o corpo está doente, porque somos capazes de dissociar-nos do corpo. Mais adiante, percebemos que temos maior controle dos nossos pensamentos e emoções. Há menos necessidade de depender dos outros. O antigo desejo por novidades e sensações é lentamente substituído pela satisfação da paz. Podemos descobrir que perdoamos mais e temos mais compaixão, e que aceitamos mais facilmente as pessoas e as circunstâncias.

Há uma transição gradual no sentido de estarmos menos centrados em nós mesmos.
Passamos a ser mais solidários e altruístas, e isso forma a essência do verdadeiro progresso. Janki C. dá uma descrição do processo quando diz que, no primeiro estágio, estamos na Idade da Inocência, e esperamos, como crianças, que alguém nos ame e cuide de nós. Deus existe para atender os nossos desejos. O estágio seguinte é a Idade da Desilusão. Ao ver a realidade da vida, muitos se tornam cínicos e materialistas. Vem depois a Idade da Responsabilidade, quando o buscador começa a assumir o controle da sua própria vida. Mais tarde ele avançará para o estágio seguinte, a Idade da Solidariedade. Nela, ao invés de querer que os outros compartilhem da sua dor, ele deseja aliviar a dor dos outros. A Idade da Iluminação ocorre muito depois da Idade da Solidariedade. Agora o amor se torna universal, e há uma completa identificação do indivíduo com os outros seres. É a culminação do crescimento espiritual. É o estágio do auto-realização.[...]



[...]“Prepare-se, porque você terá que viajar sozinho. O Instrutor só pode apontar o caminho.”

Enquanto o que busca não tiver alcançado o estágio em que ele possui autoconfiança, intuição e um completo controle da sua natureza pessoal, ele só terá a ajuda dos planos internos do seu ser, através de indícios, ideias e inspiração. Se um Mestre fosse ajudar ou interferir em cada estágio, não haveria crescimento.

O fato é ilustrado pela história do homem que encontrou um casulo de borboleta, no qual já havia uma pequena abertura. Ele observou durante várias horas a luta da borboleta para romper o casulo e libertar-se.

Decidiu ajudar a borboleta. Para isso, cortou com uma pequena tesoura o que faltava romper do casulo.

Como resultado, a borboleta emergiu com um corpo inchado e um par de asas pequenas e enrugadas, e ficou sem poder voar pelo resto da vida.

Acontece que, no processo natural, à medida que a borboleta tenta abrir caminho através da pequena abertura no casulo que a prende, o fluido se transfere do seu corpo para as asas.

É assim que as asas se expandem, se fortalecem e ficam prontas para o voo.
“No mundo mental, assim como no mundo espiritual, cada homem deve avançar por seus próprios esforços”,

escreveu H.P. Blavatsky.







Fonte: Filosofia Esotérica

A decepção de Anabela


Anabela é uma coruja amarela, Vive ali no seu meio, mas é cheia de preconceito. De todos, ela fica afastada, não querendo se misturar com as colegas de cor cinza ou parda.
É muito é orgulhosa de sua cor, até pensa que é um beija-flor, tem planos de seguir vida diferente, llonge de seu lar e dos parentes.
Ela é muito vaidosa e com sua família nem se importa. Quer mesmo é seguir em outra direção... Longe de seus pais e irmão, e nem adianta sua mãe lhe chamar atenção, porque logo sai aos gritos e resmungão.
Não quer saber desta história de ter que viver com seu bando, pois decidiu que sua vida tem que ser em outro canto. E sem pensar em mais nada, bateu as asas e voou pela estrada.
Mas... Pobre da Anabela, foi parar com os bem te vi de pena amarela, que trataram ela como uma ave qualquer, dessas que ninguém quer e nem aceitaram ela na família e fizrem pouco caso dela e ainda disseram que era ela muito feia que até doía, e que fosse procurar outro lugar pra morar, porque de gente feia eles queriam era se livrar.
E Anabela saiu toda apressada, tinha medo de levar muitas bicadas.
Cansada, ela chegou perto de um beija- flor, que nem lhe deu atenção pois só tinha olhos para uma linda flor e sem esperar, ela saiu atrás de uma cegonha engraçada que tinha pressa em colocar o pé na estrada.
Sem desanimar, foi para perto de um canário que lhe esnobou voando pra outro galho , e sem perder muito tempo, correu pra alcançar um lindo pardal que já estava muito apressado lhe dando apenas um tchau.
Anabela ficou encantada ao ver um tucano parado na estrada, pensou que ele lhe daria guarida e quem sabe até lhe pediria pra casar, mas... Sua surpresa foi tamanha, ele estava de olho era na arara cigana e depois de mais este fora, ela ficou na esperança de conseguir um outro lar com algum pica pau, mas o danado, só pensava mesmo em furar o pau, e nem o feioso do Zeca urubu quis saber dela, pois ele não gostava de sua cor amarela e de decepção, lágrimas e lamentação, ela lembrou do antigo lar e aconchego do coração.
Reconheceu que errara bastante, com seu jeito vaidoso e arrogante. Ficou ali parada, chorou e sentiu vontade de voltar pra casa... Será se eles lhe aceitariam de novo no lar? Sempre fora intransigente se considerando melhor que seus pais e toda gente.
E agora... O que ela iria fazer? Venceu o orgulho e foi se arrepender. Lembrou que sua mãe sempre lhe ensinara: Anabela...
 
Nós não somos melhores que ninguém, devemos viver em paz conosco mesmo e sempre fazer o bem. Nada de querer ser melhor do que era, que agradecesse por ser do jeito que era, simplesmente... Uma coruja amarela.


Dotthy

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Afinal porque é preciso liberar a mente?



Afinal porque é preciso liberar a mente: porque trata-se de desobrigar-se, exonerar-se, dar folga, dispensar, tornar disponível e é esse o nosso intuito, tornar nossa mente disponível, livre de: julgamentos, preconceitos, rejeição, punição ou autopunição, exigências, perfeccionismo, crueldade, conflitos, irritação e enfim nos encaminhar a paz interior.

Nossa mente é como o leme, como a direção do automóvel, como pilotar um avião, e somos nós que estamos aceitando e utilizando os comandos, por isso quando estamos passando por turbulências, podemos admitir não ter escolhido a melhor rota e consequentemente precisamos corrigir nossos percursos para que nossa experiência entre na frequência do ser permitindo nosso avanço, sem grandes prejuízos.

Quando não temos mais respostas externas e nos sentimos sem solução, é preciso sentar, respirar, reconhecer que tudo se faz dentro de nós para recomeçar e dar um novo sentido.

Liberar a mente, as imposições às quais não estão trazendo contentamento no agora, é reconectar com o próprio interior, onde podemos perceber que a vida flui através da nossa respiração, do pulsar que toca as batidas em nosso coração, nos deixando guiar pela sabedoria do Amor infinito do Criador que se faz como o rio, como cachoeira incessante na vida e na simplicidade do ser.

Neste momento, percebes que existe! Porque a vida está em ti e é através dela que tudo surge em acordo com a natureza divina em cada um de nós, com a lei universal.

Assim como as águas não questionam as corredeiras, como a natureza não questiona a invernada, como a areia não questiona o calor do sol, apenas vive o agora!

Nada nos é imposto a não ser o que nosso próprio orgulho impõe, tornando obrigatória a nossa exigência perfeccionista diante das pessoas, do mundo, escravizando-nos dia a dia e nos levando a perda da visão saudável e do prazer, diante das dificuldades que o próprio ego nos apresenta como ‘verdadeiras’.

Quando decidimos despertar nossa visão para o bem que há em nosso interior, o bem da vida que percorre em nosso corpo, em nosso ser, nos libertamos, soltamos o controle das coisas e das pessoas, permitindo que tudo trilhe seu caminho livremente reconhecendo a necessidade do nosso próprio tempo, no desenvolvimento diante das dificuldades, no aprendizado de cada instante experienciado, compreendendo que é na ausência da complicação que a vida se faz e alcançamos desatar os nós, utilizando os fios para tecer com amor nossas relações.

Quando nos permitimos ser, ocupamos nosso próprio lugar, nos percebendo como peça única nesta viagem ao planeta terra, ciente da importância do nosso estágio e valor de cada um, respeitando a necessidade de cada momento, de cada ser, nos encontrando como seres em evolução.

O princípio da cura desse estado se dá na própria vontade desperta, onde buscamos o conhecimento que nos encaminha à confiança, experimentando a prática em direção ao bem no caminho do coração e consequentemente se dá a ordem em nossos pensamentos, construindo bons sentimentos, conquistando uma visão e compreensão mais ampla da nossa realidade.

Transforme agora sua mente mudando a posição em que se encontra, renovando seu contato interior, acreditando nesse ponto de luz que há dentro de cada ser humano, onde existe a percepção para transformar qualquer situação onde quer que nos encontremos, bastando mudar a direção dos pensamentos, acreditando nesse bem que há dentro de si até sentir que a paz se estabeleça apontando novos rumos em nossa vida.

Experimente sair da mente negativa dirigindo-se a conhecer mais sobre o lado positivo, sentir o que pode fazer no agora, reativando os aspectos naturais da própria natureza que há em si, permitindo experimentar um novo processo que trará a capacidade de avaliar melhor a si mesmo diante da vida atuando em cada momento, reconhecendo as infinitas possibilidades que estão a nossa disposição de forma saudável.

Agora deixe aqui seu comentário onde podemos exercer nossa ação mútua no avanço para um mundo melhor.
(imagens retirada da internet)
-*Vera Luz*

Meditação domínio da mente


meditacao dominio da mente Meditação domínio da mente


Todos nós queremos ter domínio da mente e utilizamos da meditação muitas e muitas vezes, porém, deixamos passar sem a observação essencial que nos mantém presente a cada instante, então podemos perceber que todos nós estamos preparados para ter uma postura renovada diante de nossos conceitos sobre as ideias que não fazem mais sentido e desacelerar nossa mente, nossas emoções e permitir assentar todo o conhecimento que alcançamos para que a transformação aconteça nos trazendo ao momento presente que conecta nossa mente, nosso corpo e nossas sensações a cada instante, focando cada experiência das quais participamos para despertar algo novo onde o autoconhecimento possa nos trazer a habilidade de concentrar nossa atenção da mesma maneira que treinamos na academia, no aprendizado da internet, nas artes em geral desenvolvendo nosso poder de concentrar-a-ação nutrindo a meditação que traz o domínio da mente.

Nos dias atuais parecemos viver em função dos outros e de tudo o que está fora de nós, onde a confusão se apresenta para que se possa enxergar nossas escolhas a fazer parte de nosso dia a dia naquilo que nos cabe como desenvolvimento, aprendizado, e então, escolher largar o controle do que está fora de nós, retornando ao nosso centro de paz interior que nos permite participar da vida num conjunto harmônico que promove nosso aprendizado e a transmiti-lo ao todo no estado de serenidade que é próprio de quem se dá na prática e desenvolve em si o bom comportamento, onde mora a paz essencial.
Tudo se faz necessário, até mesmo essa confusão e turbulências, ou então, não teríamos como saber as diferenças, para então, conhecer o ponto de equilíbrio entre nós e as coisas para encontrar o bem estar no estágio pleno de aprendizado constante onde podemos entender que soltar o controle não é perder, não é recusar, nem se fechar, é apenas o que precisamos para desmanchar e desfazer os enganos de querer que os outros façam algo por nós, ou vice-versa, e reconhecer que somos nós quem precisamos fazer por nós, pela nossa vida, pelo nosso desenvolvimento e largar da trama que escraviza uns aos outros nos ligando por fios mentais adoecendo nossas emoções, nos movendo como marionetes para suprir os caprichos isentos da disposição espontânea para experimentar a vida, sem perceber a aventura que nos toma a cada amanhecer para sairmos desse sistema adoecido e retornar ao estado de meditação e domínio da mente que traz a paz que coopera com a saúde emocional, saúde mental e física para compartilharmos dia a dia com boa vontade para melhorar nosso mundo e restabelecer a sustentabilidade do nosso sistema.

Somos responsáveis pelas nossas escolhas e já é hora de reconhecermos que somos nós que fazemos nossa sintonia e ofertamos ao mundo ao qual vivemos através de nossas atitudes, onde há muito já se falava de abster-nos do mal, cultivarmos o bem e purificarmos nossa mente num esforço contínuo para nos sentirmos repletos de vida, fazer nossa parte e alimentar nosso compromisso através da conexão de energia cósmica com a vida por toda eternidade.

A meditação nos torna conscientes de tudo o que praticamos, onde aprendemos nutrir esse estado de paz e felicidade, liberando as avalanches de pensamentos aos quais provocam muitas perturbações em nosso estado emocional, nos perdendo em meio as dúvidas que perturbam nossas relações e nossa conduta para realizar o que é preciso.


Quando ocupamos nosso espaço interno com a nossa presença damos início ao processo que aliados ao espírito de força nos permite moldar nosso comportamento, e através do exercício que alcança o entendimento, desenvolvemos nossas capacidades, dando espaço ao aprimoramento da alma e então podemos compreender como o autoconhecimento se faz precioso na meditação domínio da mente que liberta nosso ser, ao contrário do que muitos pensam, que vão se sentir aprisionados com a prática, poderá perceber que todo o conhecimento liberta e jamais aprisiona, por isso é imprescindível libertar os julgamentos, desfazer as comparações, soltar as críticas para experimentar um mundo novo, mas não é que o mundo será novo, e sim nós é que podemos ter uma nova visão sobre nosso mundo, sobre tudo o que questionamos, procurando apenas conhecer, assimilar e absorver o que há de diferente nos levando a adquirir habilidades e desenvolver o raciocínio com atitudes que beneficiam nosso meio, exercendo nossos direitos legais para com a natureza, tornando sadia nossas emoções.

Somente quando começamos exercer nosso domínio com supremacia vamos participar dos direitos legais em nosso mundo com dignidade, respeito, conformidade com o bem, excelência na conduta, porque alcançaremos viver momento a momento com a serenidade que pulsa em nosso coração, restaurando nossa visão ao bem, emergindo a saúde vital que pulsa aguardando nossa atenção, representado nas virtudes essenciais em acordo ao estado original, puro, perfeito tal qual nossa essência divina.



Para alcançarmos a meditação domínio da mente e alcançar nossos propósitos, é preciso se dar a chance de praticar diariamente para obter uma nova visão em tudo o que faz, purificando os vícios e abrir nossos campos cultivando flores em nosso jardim interno, podemos nutrir nosso caso de amor pela vida.

Há um provérbio oriental que nos faz refletir: “…Se você quer conhecimento, acrescente coisas; se você quer sabedoria, retire coisas…” Porque passamos pelos ciclos agregando conhecimento ao que constatamos fora, e em seguida, retornamos e fluímos através daquilo que se faz funcional dentro do nosso caminho.

Experimente testemunhar cada momento, na observação neutra, sem preconceitos, quando perceber os pensamentos pipocarem, respire fundo várias vezes e só observe toda tagarelice que surge; sem tomar partido, e então solte sem importância, sem utilizar a comparação que rebaixa e rejeita que julga e critica nosso próprio jeito de ser em relação aos outros, ou vive-versa; que dá acesso à emoção penosa e infeliz afastando a possibilidade de conhecer e encontrar a beleza que há nas diferenças.

Através da meditação surge o domínio da mente, então despertamos para o que é esse testemunhar; e aos poucos alteramos nosso estado na lucidez que há no processo meditativo, trazendo a possibilidade de mudança em nossos pensamentos e atitudes, enfrentando as dificuldades com calma e prudência no compromisso do amor que age com bondade e promove a harmonia através do entendimento e cooperação.




Estamos aqui e agora para mudar toda nossa história, e fazer toda transformação necessária em nossa vida, comece agora e una-se ao espírito de força na meditação domínio da mente, e restaure sua confiança na vida, com a presença divina que flui constantemente nos dando a oportunidade dessa viagem e aproveite para perceber que estamos agora conectados a tudo o tempo todo, e é a nossa sintonia que dá vida as coisas a nossa volta, pela nossa vibração atraímos tudo o que alimentamos, então, que seja o melhor a partir de agora.

Comece agora e faça o seu sistema inteligente de energia cósmica que rege a vida fluir através do poder que há na meditação e no domínio da mente que traz alegria de viver, interagindo através do seu comentário ao que emergiu em seu ser através desta leitura, e junte-se a nós inspirando nossa alma.

(imagens retiradas da internet)

Os chakras iluminados(video)


Espiritualiza-se

Espiritualidade! Não me lembro a primeira vez que ouvi este termo, mas me lembro que foi em 2007 que li o livro intitulado 'A Lei Universal da Atração' que despertou em mim o interesse por estudar o tema.

Quando digo espiritualizar, não quero dizer torna-me Espírita, mas sim buscar uma elevação como pessoa e para isso se faz necessário buscar e compreender os mecanismos de evolução espiritual, que atualmente são distorcidos ou inexistentes na formação católico-cristão e protestante. Para mim a evolução do principio que anima nosso corpo é algo obvio, uma vez que se acredita em uma força criadora a qual se convencionou chamar de Deus.

Penso que essa força não foi criada, pois se assim fosse não seria Deus. Logo, se não foi criada é infinita e sendo infinita não posso imaginar Deus ocioso em sua eternidade, ou seja, essa força cria desde sempre.

As qualidades de uma força assim são infinitas e dentre estas está à justiça. Uma vez sendo a justiça de Deus infinita, subentende que todos serão julgados segundo as suas atitudes. E como Ele nos deu o livre arbítrio não poderá nos condenar eternamente pelos erros que cometermos.

E então o que faz a justiça Divina? Nos da à eternidade para transcendermos.

Vejamos da seguinte forma: Essa força criou e ainda cria tudo através da eternidade da mesma maneira e sem diferenciação, pois se assim fizesse não seria justo e não sendo justo não seria o que é. Deus deu a tudo que criou o livre arbítrio e com ele a oportunidade de evoluir e crescer, algumas de suas criaturas evoluem mais rápido outras em ritmo mais lento, mas todas irão evoluir mais cedo ou mais tarde, pois toda sua criação é eterna. Eterno não são os corpos e massas que vemos em nosso mundo e sim aquilo que nos anima, o principio espiritual que nos faz semelhante ao criador. Não se atinge um alto nível evolucional em alguns anos, o homem até chegar ao ponto em que está demorou muito e mesmo assim está longe de se tornar espiritualizado. Olhe ao seu redor e veja se vivemos em uma sociedade de justiça e amor?

Vejo um mundo que é reflexo de nosso estado espiritual, egoísta e injusto. Mas, no entanto somos esternos e temos a oportunidade de evoluirmos e melhorarmos nossa sociedade.

Um pai e uma mãe quando vêem seu filho errar, principalmente quando este é jovem, lhe da uma segunda chance. O que lhe faz pensar que Deus não nos daria outras oportunidades para transformarmos nosso mundo em um lugar melhor. Essa força nos da o direito de voltarmos a terra e contribuir com a evolução dela e com a nossa através do processo reencarnatório. Para aqueles que não acreditam em nossas idas e vindas peço que além de ouvir 'Encontros e Despedidas' da cantora Maria Rita, reflitam sobre o porquê há pessoas que nascem perfeitas e outras com deficiências, uma vez que Deus é justo. Amigos se ele é justo não iria nos dar uma única oportunidade sobre a terra para evoluirmos e praticarmos o bem, isso seria muito pouco tempo. E ainda há aqueles que além de uma única chance nascem com doenças como a Síndrome de Down, isso seria injusto.

Vamos pensar mais um pouco. Vejam Mozart, este incrível musico do sec. XVII começou a compor com apenas cinco anos de idade extremamente cedo até para os padrões atuais, neste caso o principio da evolução e reencarnação são claros. Mozart já nasceu com o conhecimento da música e como pode ter contato com ela logo no inicio de sua vida teve como acessá-lo em sua memória espiritual e continuar a desenvolvê-lo. Esse é um caso em que se não houver a reencarnação haveria injustiça divina, já que Mozart foi escolhido para nascer gênio e outros nasceram comuns. Existem diversos casos pelo mundo que mostram gênios em diferentes áreas.

Após compreender o mecanismo reencarnatório e de evolução espiritual fica mais fácil iniciar um processo de espiritualização, pois se pode entender que para mudarmos nosso mundo precisamos iniciar uma mudança interna que não será completada em uma única passagem pela nossa terra, mas que ficará registrada em nosso espírito como a musica ficou em Mozart.

Espiritualizar-se é começar a mudar seu mundo interior e a partir desta mudança criar uma realidade externa melhor. Nosso mundo interior cria nosso mundo exterior.

Reflita, questione, busque a informação e não se contente com dogmas, sejam estes religiosos ou científicos. Ainda não é nos dado a direito de conhecer maiores verdades, mas ao passo que vamos subindo à montanha a neblina irá se dissipando e mais do topo poderemos ver. 

Alexandre Lebrão

A influências das ondas em nossa vida. (cimática)

Cimática é o estudo das ondas. Está associado aos padrões físicos produzidos pela interação de ondas sonoras em um meio.



Um experimento simples demonstrando a visualização da cimática pode ser feito espalhando areia sobre um disco de metal e fazendo-o vibrar. Podemos fazer isso passando um arco de violino na borda do disco, com isso a areia se organizará em padrões de onda estacionária como simples círculos concêntricos. Quanto mais alta a freqüência, mais complexas as formas produzidas, sendo certas formas similares às mandalas tradicionais.


Mas afinal o que isso tem a ver conosco?
Bom se o som é capaz de organizar a matéria nas mais variadas formas, isso é equivalente a dizer que os átomos se organizam de acordo com a freqüência vibratória que recebem, sendo nosso corpo formados por moléculas que por sua vez são formadas por átomos, podemos concluir que somos fisicamente reflexo do nosso ambiente. Isso pode levar a conclusão de que não temos o domínio sobre nosso corpo, porém isso é um ledo engano.


Todo o nosso organismo e composto de células. Uma célula é um pequeno compartimento de membrana que contém todas as substâncias químicas e moléculas que ajudam e dão apoio à vida de um organismo. Elas são criadas com base em um código genético, o nosso DNA. Se o DNA é responsável pela formação celular, quem o programou? Uma vez que uma estrutura tão poderosa não pode ser obra do acaso.


Para responder isso, pense em um violão. Este instrumento pode emitir um som maravilhoso, porém, se suas cordas estiverem frouxas ele não produzira nada bonito, mas basta ajustar a corda até o ponto certo e ela vibra de maneira harmônica, produzindo assim um belo som. Nosso corpo assim como esta corda também precisa vibrar na freqüência certa para funcionar corretamente, e o nosso ambiente tem um fator determinante nisso, pois ele esta carregado com nossas energias que consciente ou inconscientemente emitimos a todo o instante. Esta energia é captada pelo nosso DNA que por sua vez produzira células harmônicas ou não. Isso demonstra como somos os únicos responsáveis pelo funcionamento de nosso corpo.


O Dr. Masaru Emoto, realizou estudos com moléculas de água e demonstrou como o ambiente pode interferir na estrutura desta molécula. Veja o vídeo clicando aqui.


Voltando a Cimática e ao fato de que quanto mais alta for à freqüência das vibrações, mais complexos são os arranjos celulares produzidos por ela, podemos perceber que nossa estrutura física é fruto de alta vibração, devido a complexidade que podemos observar.
Sabendo que nossos sentimentos ao mesmo tempo em que sofrem influência do meio, também o influenciam e toda esta carga que jogamos no meio seja ela positiva ou negativa irá se atrair através do fenômeno da atração, onde opostos se distraem e dispostos se atraem. Será essa confluência de energia que irá ditar o padrão vibracional do nosso ambiente, que por sua vez influenciará nossa estrutura física.


As vibrações que nos influenciam não param por ai, não podemos esquecer que nosso planeta que além de vivo também vibra, todos os planetas e estrelas de nosso sistema solar também vibram, assim como nosso sol. Não podemos negar que recebemos influência deles como também os influenciamos, e poderemos elevar isso cada vez mais longe dentro de nossa galáxia e posteriormente no universo.

O que podemos fazer com essa informação?
Quando se compreende que somos nossa própria barreira contra uma vida de saúde e felicidade, podemos começar a mudar nossos padrões de pensamento e com isso acabar com quase todos os problemas existentes hoje em nossa sociedade. Pois uma vez que podemos através de nosso DNA capitar vibrações mais altas e com isso produzir estruturas mais complexas, podemos então ter corpos mais sutis. Portadores de corpos menos densos, nosso espírito gozará de uma liberdade maior, mesmo em estado de vigília e isso é determinante para nossa evolução como seres.
 

O que é Paradoxo:

Paradoxo é o oposto do que alguém pensa ser a verdade. É uma figura de linguagem que consiste no emprego de palavras que mesmo opostas no sentido vão se fundir num mesmo enunciado, é uma declaração que aparentemente é verdadeira, mas que leva a uma contradição lógica, ou que contradiz a intuição comum. A identificação de paradoxos tem auxiliado o progresso da ciência, matemática e da filosofia.

Paradoxo vem do latim e do grego. O prefixo “para” quer dizer contrário a, ou oposto de, e o sufixo “doxa” quer dizer opinião. O paradoxo muitas vezes depende de uma suposição da linguagem falada, visual ou matemática, porque modela a realidade descrita.

Os paradoxos ditos verídicos produzem um resultado absurdo embora seja demonstrado como verdadeiro. Os paradoxos falsídicos mostram um resultado que parece falso como também é falsa a demonstração. - Todos os cavalos são da mesma cor. Num conjunto onde contem um único cavalo, todos os cavalos são da mesma cor.Um paradoxo, que não é verídico nem falsifico pertence à classe da antinomia, que é uma declaração que chega a um resultado auto-contraditório, aplicando meios de raciocínio aceitáveis

O que é Paradigma:


Paradigma é um termo com origem no grego “paradeigma” que significa modelo, padrão. No sentido lato corresponde a algo que vai servir de modelo ou exemplo a ser seguido em determinada situação. São as normas orientadoras de um grupo.

O termo surgiu inicialmente em Linguística na teoria do signo linguístico criada por Ferdinand de Saussure, na qual relacionava o signo ao conjunto de elementos que constituem a língua.

O paradigma seria o conjunto de elementos linguísticos que podem ocorrer no mesmo contexto ou ambiente. Os elementos são substituídos por outros que vão ocupar a mesma posição.

Por exemplo, na Gramática o verbo “cantar” serve de paradigma à primeira conjugação porque irá se flexionar em várias formas e outros verbos terminados em “ar” seguirão esse modelo.

O norte-americano Thomas Samuel Kuhn (1922-1996), físico e filósofo da ciência, no seu livro “A Estrutura das Revoluções Científicas” designou como paradigma as “realizações científicas que geram modelos que, por período mais ou menos longo e de modo mais ou menos explícito, orientam o desenvolvimento posterior das pesquisas exclusivamente na busca da solução para os problemas por elas suscitados.”

O paradigma é um princípio, teoria ou conhecimento originado da pesquisa em um campo científico. Uma referência inicial que servirá de modelo para novas pesquisas.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

física quântica explica vida após a morte

Renomado professor de física da Universidade de Oregon, pesquisador do Institute of Noetic Sciences, assíduo visitante do Brasil, o indiano Amit Goswami mostra por que a reencarnação é um fenômeno que merece ser investigado pela ciência


Por Amit Goswami / Revista Oásis


o fim do século 19, os teosofistas, sob a liderança de Madame Helena Blavatsky, redescobriram para o Ocidente algumas antigas verdades orientais. A verdade da ontologia perene – de que a consciência é a base de todo o ser – era clara para eles. Eles reconheciam também dois princípios cosmológicos. Um é o princípio da repetição para o cosmo inteiro – a ideia de que o universo se expande a partir de um big-bang, depois se retrai num big-crunch e em seguida se expande outra vez, esticando e encolhendo de modo cíclico. O segundo princípio era a ideia de reencarnação – a ideia de que existe uma outra vida antes desta e haverá outra depois da morte; nós já estivemos aqui antes e vamos renascer muitas outras vezes.

Para a mentalidade moderna, a reencarnação parece um tanto absurda. Sob implacável pressão da ciência materialista, nós nos identificamos quase totalmente com o corpo físico, de modo que a ideia de que uma parte de nós sobrevive à morte do corpo físico é difícil de engolir. Ainda mais difícil é imaginar um renascimento dessa parte num novo corpo físico. A imagem de uma alma deixando o corpo que morre e entrando num feto prestes a nascer parece particularmente incômoda, porque pressupõe uma alma existindo independentemente do corpo. E nós tentamos com tanto afinco erradicar o dualismo de nossa visão de mundo!

Mas o nosso monismo (1) não precisa ser um monismo fundamentado na matéria. Se, em vez da matéria, a consciência for a base de todo o ser, a primeira dificuldade – aceitar que uma parte de nós sobrevive à morte – é consideravelmente mitigada, pois pelo menos a consciência sobrevive à morte do corpo físico.

Além disso, quando aprendemos que a nova ciência precisa incluir os corpos vital e mental e o intelecto para captar o sentido do que acontece no nível material da realidade, e que o corpo físico é uma espécie de computador (quântico) no qual as funções vitais e mentais estão programadas num software fácil de usar, até mesmo a aceitação da ideia de algo como uma alma se torna fácil. Não, isso não requer dualismo. Nenhum de nossos corpos – o físico, o vital, o mental ou o intelecto – é uma substância sólida, ao estilo newtoniano clássico; eles são, em vez disso, possibilidades quânticas na consciência. A consciência simultaneamente provoca colapsos de possibilidades paralelas desses mundos para compor sua própria experiência de cada momento.

Máquina da Reencarnação precisa de alguns ajustes!


Dos quatro corpos, apenas o corpo físico é localizado, estrutural e também materialmente; é por essa razão que é chamado de corpo grosseiro. Nossos corpos vital e mental são inteiramente funcionais, criados por condicionamento. Nós desenvolvemos propensões a determinadas confluências de funções vitais e mentais no processo de formação das representações no físico. Esses padrões de hábito se constituem de memória quântica – o condicionamento das probabilidades quânticas associadas às funções matemáticas de onda quântica desses corpos. É uma boa descrição científica de uma parte de nós que sobreviveria à morte: o corpo sutil – o conglomerado dos corpos vital, mental e temático –, no qual a memória das propensões passadas (que os hindus denominam carma) é transportada pela matemática quântica modificada dos corpos vital e mental. Podemos chamar esse conglomerado de mônada quântica. (Além dos corpos grosseiro e sutil, existe um terceiro, o corpo causal, constituído do corpo de beatitude do modelo panchakosha, o qual, é claro, sobrevive à morte, porque é a base do ser. Para onde mais ele iria?)

Com isso, a reencarnação é elevada à categoria de fenômeno merecedor de investigação científica, pois a melhor prova científica da existência do corpo sutil, com seus componentes vital e mental, seria um indício de sua sobrevivência e reencarnação. (2)

A mônada quântica sobrevivente, de acordo com o nosso modelo, conserva a memória quântica dos padrões de hábito e das propensões das vidas passadas. E existem amplos dados em apoio à ideia de que as propensões sem dúvida sobrevivem e reencarnam. No entanto, todas as narrativas que acumulamos durante a nossa existência, toda a nossa história pessoal, morrem, de modo geral, com o corpo físico, com o cérebro; essas histórias não são transportadas pelas mônadas quânticas. Mesmo assim, existem dados que mostram que algumas pessoas, especialmente crianças, são capazes de lembrar-se de histórias de vidas passadas, frequentemente com um nível de detalhe surpreendente. Qual é a explicação para essa memória reencarnacional? A não-localidade quântica através do tempo e do espaço esclareceria isso.

Acredito que todas as reencarnações de uma dada mônada quântica são conectadas não-localmente através do tempo e do espaço, correlacionadas em virtude de uma intenção consciente. Pouco antes do momento da morte, quando entramos num estado que os budistas tibetanos denominam bardo (transição), nossa identidade-ego cede consideravelmente; e, quando mergulhamos no eu quântico, tomamos conhecimento de uma janela não-local de recordações – passadas, presentes e futuras. Quando agonizamos, somos capazes de travar uma relação não-local com a nossa próxima encarnação, ainda sendo gestada, de modo que todas as histórias que recordamos se tornam parte das histórias dessa encarnação, agregando-se a suas recordações de infância. Essas recordações podem ser evocadas, mais tarde, sob hipnose. E, em alguns casos, as crianças conseguem evocar espontaneamente essas histórias de suas vidas passadas.

Como a mônada quântica sabe onde deve renascer? Se as diferentes encarnações físicas são correlacionadas pela não-localidade quântica e pela intenção consciente, seria a nossa intenção (no momento da morte, por exemplo) que transporta a nossa mônada quântica de um corpo encarnado para outro.


Indícios de sobrevivência e reencarnação

Existem três tipos de indícios em favor da teoria da sobrevivência e reencarnação do corpo sutil:
• Experiências relativas ao estado alterado de consciência no momento da morte
• Dados sobre reencarnação
• Dados sobre seres desencarnados

Uma espécie de indício vem do limiar da morte, a experiência de morte. As experiências de visões comunicadas psiquicamente a parentes e amigos por pessoas à beira da morte vêm sendo registradas desde 1889, quando Henry Sidgwick e seus colaboradores iniciaram cinco anos de compilação de um Censo das Alucinações, sob os auspícios da British Society for Psychical Research. Sidgwick descobriu que um número significativo das alucinações relatadas envolvia pessoas que estavam morrendo a uma distância considerável do indivíduo que alucinava, e ocorria num prazo de 12 horas da morte.

Mais conhecidas, evidentemente, são as experiências de quase-morte (EQMs), nas quais o indivíduo sobrevive e se recorda de sua experiência. Nas EQMs, nós encontramos uma confirmação de algumas das crenças religiosas de diversas culturas; quem teve a experiência frequentemente descreve uma passagem por um túnel que leva a um outro mundo, guiada, muitas vezes, por uma conhecida figura espiritual da tradição da pessoa ou por um parente morto.

Tanto nas visões no leito de morte quanto nas experiências de quase-morte, o indivíduo parece transcender a situação de morrer, que, afinal, é frequentemente dolorosa e desconcertante. O indivíduo parece experimentar um domínio de consciência “feliz”, diferente do domínio físico da experiência comum.

A felicidade ou a paz comunicadas telepaticamente nas visões no leito de morte sugerem que a experiência da morte é um profundo encontro com a consciência não-local e com seus diversos arquétipos. Na comunicação telepática de uma experiência alucinatória, a identificação com o corpo que está padecendo e morrendo ainda é claramente muito forte. Mas a subsequente libertação dessa identificação permite uma comunicação integral da felicidade da consciência do eu quântico, que está além da identidade-ego.

Que as experiências de quase-morte são encontros com a consciência não-local e seus arquétipos é algo confirmado por dados diretos. Uma nova dimensão da pesquisa sobre a EQM demonstra que uma EQM pode levar a uma profunda transformação no modo de vida do sobrevivente da experiência. Muitos deles, por exemplo, deixam de sentir o medo da morte que assombra a maior parte da humanidade.

Qual é a explicação para a imagética específica descrita pelos que passaram pela EQM? As imagens vistas – personagens espirituais, parentes próximos como os pais ou os irmãos – são claramente arquetípicas. Podemos aprender alguma coisa comparando as experiências dos indivíduos com sonhos, uma vez que o estado que eles experimentam é semelhante ao estado onírico: sua identificação com o corpo se reduz e o ego deixa de ficar monitorando e controlando.

Dados sobre reencarnação


Os indícios em favor da memória reencarnacional são obtidos principalmente a partir dos relatos de crianças que se lembram de suas vidas passadas com detalhes passíveis de comprovação. O psiquiatra Ian Stevenson acumulou uma base de dados de cerca de duas mil recordações reencarnacionais comprovadas. Em alguns casos, ele chegou a levar as crianças aos lugares das vidas passadas de que se lembravam para comprovar suas histórias. Mesmo sem jamais terem estado nesses lugares, as crianças os reconheciam e conseguiam identificar as casas em que tinham vivido. Às vezes reconheciam até mesmo membros de suas famílias anteriores. Em um caso, a criança lembrou-se de onde havia algum dinheiro escondido, e, de fato, encontrou-se dinheiro ali. Os detalhes sobre esses dados podem ser encontrados nos livros e artigos de Stevenson. Um dos modos de se comprovar nosso modelo atual – de que a memorização reencarnacional ocorre numa idade muito precoce, por meio de uma comunicação não-local com o eu à beira da morte da vida anterior – seria verificar se os adultos são capazes de se lembrar de experiências de vidas passadas, quando submetidos à regressão à infância.

Dados sobre entidades desencarnadas


Até aqui, falamos sobre dados que envolvem experiências de pessoas na realidade manifesta. Mas existem outros dados, muito controversos, a respeito da sobrevivência depois da morte nos quais uma pessoa viva (normalmente um médium ou canalizador em estado de transe) alega se comunicar com uma pessoa, e falar por ela, que já morreu há algum tempo e aparentemente habita um domínio além do tempo e do espaço. Isso sugere não apenas a sobrevivência da consciência depois da morte como também a existência de uma mônada quântica sem corpo físico.

Como um médium se comunica com uma mônada quântica desencarnada? A consciência não é capaz de provocar o colapso de ondas de possibilidade numa mônada quântica isolada, mas, se a mônada quântica desencarnada entrar em correlação com um ser material vivo (o médium), o colapso pode ocorrer. Os canalizadores são as pessoas que possuem um talento especial e disposição para atuar nessa qualidade.

O fenômeno da escrita automática também pode ser explicado em termos de canalização. As ideias criativas e as verdades espirituais estão disponíveis para todos, mas o acesso a elas requer uma mente preparada. Como o profeta Maomé foi capaz de escrever o Corão, mesmo sendo praticamente analfabeto? O arcanjo Gabriel – uma mônada quântica – emprestou a Maomé, por assim dizer, uma mente. A experiência também transformou Maomé.

Anjos e devas


Em todas as culturas existem concepções de seres correspondentes ao que, no cristianismo, se denomina anjos. Os devas são os anjos do hinduísmo. Em geral, os anjos, ou devas, pertencem ao reino transcendente e arquetípico do corpo temático, o que Platão chamava de reino das ideias, e são desprovidos de forma. São os contextos aos quais nós damos forma em nossos atos criativos. Mas, na literatura, e mesmo nos tempos modernos, também existem anjos percebidos pelas pessoas como auxiliadores (como Gabriel, que auxiliou Maomé). Na linguagem de nosso modelo, esse tipo de anjo poderia ser uma mônada quântica desencarnada cuja participação no ciclo de nascimento e renascimento já terminou.

Notas


(1) De acordo com o Dicionário Houaiss da língua portuguesa, o monismo é uma “concepção que remonta ao eleatismo grego (antigo sistema filosófico da escola de Eleia, que só admitia duas espécies de conhecimentos: os que provêm dos sentidos e são apenas ilusão, e os que provêm do raciocínio e são os únicos verdadeiros) segundo a qual a realidade é constituída por um princípio único, um fundamento elementar, sendo os múltiplos seres redutíveis em última instância a essa unidade”. (N. da R.)
(2) Saliente-se que F. A. Wolf (1996) elaborou um modelo de sobrevivência depois da morte dentro do próprio paradigma materialista. Em sua teoria, no entanto, há várias hipóteses que talvez não sejam viáveis; seu modelo de sobrevivência, por exemplo, é válido somente se o universo vier a terminar num big-crunch.

Serviço

Este artigo é um excerto do capítulo “A Ciência e o Espírito da Reencarnação” do livro “A janela visionária – Um guia para a iluminação por um físico quântico”, de Amit Goswami, publicado no Brasil pela Editora Cultrix.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Os Mitos Celtas

"Os mitos celtas possuem tamanha força e energia interior que encontraram o caminho para se perpetuarem na lembrança dos europeus até se transformarem numa tradição própria do Ocidente em geral. A maneira como explicam o mundo é vibrante, dinâmica e bela, e está profundamente ligada à Natureza, vivendo por si mesma. Foi isso que permitiu a eles atravessar o tempo, sendo transmitidos de avós para netos por gerações, até se instalarem em nosso inconsciente coletivo. Em uma época em que a espiritualidade e a moral ocidentais estão à deriva, esgotadas as possibilidades que o pensamento judaico-cristão nos impôs, não é hora de nos reencontrarmos com nossa própria tradição, que nos foi um dia arrebatada por obras das armas e do fanatismo religioso? Quando nos aproximamos das lendas celtas, de seus heróis, de seus druidas, de seus deuses e de sua magia, temos a estranha impressão de 'já ter ouvido isso antes', em outra época, em alguma parte, mesmo sem saber exatamente quando ou onde."
(Pablo G. May, em "Os Mitos Celtas", editora Angra)

depois da morte




Umas das perguntas que mais ouço ao informar que minha religião é o druidismo é "para vocês, o que acontece depois da morte?". Me parece que a maioria das pessoas têm uma religião somente para "melhorar a sua morte", ou para ter garantias de consolo e perdão pelos seus erros. No druidismo, não é isso que nos motiva. Nossa religião não serve para essas coisas, ao contrário, serve para "melhorar nossas vidas", para nos fazer perceber que somos responsáveis pelos nossos atos e, portanto, nosso destino. Em nossa crença não há um deus 100% bom para nos perdoar eternamente, o que pode induzir o indivíduo a errar eternamente, afinal, sempre terá o perdão. Se erramos, receberemos as conseqüências desse erro. Em nossa crença não existe um deus 100% mau para nos induzir ao mal, ao erro, e nos livrar das responsabilidades de nosso atos. Somos os responsáveis pelo que nos acontece, tanto as coisas ruins, como as coisas boas. Mesmo as bênçãos recebidas virão por merecimento, tanto quanto maldições…

Estamos sujeitos à lei da ação e reação, e esta lei opera tanto no aqui e no agora, quanto depois de nossa morte. Não somos marionetes de deuses ou espíritos. Nossos deuses são nossos ancestrais falecidos, são os espíritos da Natureza, e também são seres poderosos e puramente espirituais, e com qualquer uma dessas deidades não existe a relação de dominância ou subserviência, apenas de respeito e honra. Nossos deuses são seres com os quais podemos contar quando precisamos de proteção, ajuda e inspiração, mas se agirmos desonrosamente (conosco mesmos ou com os outros seres nossos irmãos), eles não hesitarão em nos dar as costas e deixar que soframos as conseqüências de nossos atos.

Sobre a pergunta sobre o que acontece depois da morte, bem, para os druidas, a alma é imortal e pode viver muitas vidas. Não há julgamento, recompensas ou punições como nas religiões modernas. No entanto, existe o efeito da consciência de cada um, baseada na vida com honra. O destino de todas as almas é o Outro Mundo, mas para chegar lá é preciso que se esteja na sintonia dele, na mesma vibração. Chegando lá, temos um período de desfrute, descanso, cura, ao lado de nossos ancestrais, almas amigas e nossos deuses. Depois desse período, há o renascimento.

A alma, no druidismo, não é impulsionada pela necessidade de evoluir ou de pagar pecados, é impulsionada pelo desejo. Voltar a habitar um corpo não é uma jornada de evolução espiritual, mas uma regra natural da vida, como o ciclo do Sol que vive, morre, descansa e nasce novamente. As condições (onde, quando e como se vai renascer) são determinadas por afinidades e necessidades de cada alma. Claro que isso não quer dizer que é simples morrer, ir para o Outro Mundo, ser feliz e renascer onde se bem entende. Aqui, chegamos a outra pergunta muito comum: e a justiça para aqueles que cometeram crimes, tiveram uma vida em desonra, etc? Como fica?

As almas em desequilíbrio, que viveram a vida em desonra, que praticaram ações sórdidas, terão conseqüências severas ao morrer. Não, os deuses não julgam, portanto, não condenam e não perdoam. Mas as conseqüências da vida desequilibrada virão na forma de uma imensa dificuldade em alcançar o destino das almas, o Outro Mundo, e descansar nessa terra de eternas celebrações, alegria e paz. Grosso modo, a alma pesada não consegue seguir a jornada. A alma que está leve, chegará ao destino com facilidade.

Sobre isto, existe um ponto importante de ser mencionado, para o qual me faço valer das palavras do druida Bellovesos:

"A permanência no Outro Mundo não é para sempre. É somente um descanso - e aquele que fica retido no meio do caminho não pode desfrutar dessa pausa, tendo de retornar para o mundo dos vivos com todo o peso de suas tristezas, sem jamais ter provado da hospitalidade das Deusas e dos Deuses no Outro Mundo. O peso da consciência impede que ele vá além.

A consciência de cada um é o juiz mais severo e a punição é a lembrança constante, repetida, dos males cometidos pela pessoa que não conseguiu encontrar o perdão em si mesma - como um filme odioso que você se obriga a assistir uma vez depois da outra, sem parar, até a loucura. Para conseguir avançar na viagem, é necessário estar em paz consigo mesmo, escapando da auto-obsessão.

Todos passam pela recapitulação da vida, mas alguns "travam" no meio do processo."

Estes, portanto, não terão o momento de descanso necessário e certamente terão dificuldades ainda maiores para o descando eterno.

Outro ponto a ser esclarecido é o de que, na visão do druidismo reconstrucionista, alma e mente são indissociáveis. A mente é uma parte da alma e pertence a ela como um todo. Por isso aceitamos que a pessoa possa ter memórias de alguma vida passada: o conhecimento da mente é sempre resgatável, por aqueles que sabem como fazê-lo.

Importante ressaltar que as almas humanas não são vistas como superiores às almas dos animais e plantas. São vistas apenas como almas diferentes. No druidismo não existe o especismo (preconceito entre espécies) e os animais e vegetais são vistos como nossos irmãos e jamais servos ou inferiores numa hierarquia. Para nós, druidas, não existe hierarquia entre as formas de vida, nem agora, nem depois da morte.

Por esse motivo, a alimentação do druida ou druidista deve ser feita sempre de forma consciente. Não somos todos vegetarianos, mas comemos bem menos carne que as pessoas em geral (que normalmente não passam uma refeição sem carne) e sempre lembramos de honrar os espíritos que morreram para nos alimentar, sejam animais ou vegetais - assim como agradecemos sempre as árvores e outros seres verdes que nos fornecem seus frutos ou grãos.

"A morte nada mais é do que um local onde as almas se detêm apenas o

suficiente para serem curadas com fumaças purificantes, abanadas pelas asas

brancas dos ventos sagrados, até se tornarem mais brancas do que os cisnes

das lendas, mais brancas do que as gaivotas das ondas, (...). a morte não é

esquecimento: é uma jornada pela purificação, pela cura e pela transformação. Nós encontraremos novamente os nossos entes amados. Essa é a lei da existência". (Carmina Gadellica)

“De alguma forma, toda espiritualidade envolve ensinamentos éticos, e a diferença é que enquanto a maioria das religiões não-pagãs busca uma recompensa (ou castigo) no pós-vida, indo para céu, inferno, reencarnando, transcendendo a existência, as espiritualidades pagãs buscam o sentido ético no mundo, no sentido do "colher o que planta" (na Terra e na vida, não no além-vida) e assumir a responsabilidade pela nossa existência aqui, pois nossas almas são ligadas ao mundo e a ele podemos voltar um dia.” (autor desconhecido)



Andréa Éire