quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Arquétipo que atua em reverso favorecendo, de fora para dentro, o surgimento de novas percepções do espírito.



1. Sentimento de tristeza decorrente da sensação
de ser ou estar fora de seu verdadeiro mundo, de pertencer
a outra dimensão.

Esse sentimento decorre da própria
condição de se estar num corpo perecível e que não acompanha
a evolução da alma.
Pode também ser originário da saudade de Deus, de um outro lugar que se encontra em nosso inconsciente ao qual achamos pertencer. É um sentimento de inadequação ao tempo e ao lugar onde se vive.
Esse sentimento pode levar algumas pessoas à tristeza, ao
choro e, às vezes, à depressão. Pode oc orrer desde a infância.
É mais comum na idade adulta. Independe de se viver
só ou em companhia de alguém, de se ter gerado família ou
não. A administração dessa ocorrência se dá à proporção
que você se sinta conectado ao Universo. Adquira a certeza
de que outras pessoas também se sentem assim. Pense que
existe um lugar onde há alguém que espera por você e que
esse encontro será possível quando você estiver feliz onde
se encontre. A felicidade ainda não será lá, pois você ainda
não se encontra feliz o suficiente para merecer estar com
aquela ou aquelas pessoas que lhe aguardam. Fale a alguém
sobre esse sentimento. Compartilhe o que você sente, pois
isso lhe trará alento. Quando você sentir aquela sensação,
lembre-se de projetar a realização de alguma transformação
que deva ser feita em você, cuja concretização tem sido difícil.
Pense que você conseguirá alcançar aquele encontro
na medida que proporcionar sua própria transformação. Aquele
sentimento lhe permitirá conectar-se à esperança de
uma outra vida onde aquela felicidade é possível. Não espere
até lá. Tente realizá-la aqui e agora. Continue com a esperança,
mas torne-a possível.


2. Sentimento de ser só no mundo e completamente
incompreendido por ele.
 
 Isso decorre da singularidade de
cada ser humano, visto que não existe ninguém exatamente
igual a outrem. Cada ser humano é um ser em si e a felicidade
se torna cada vez maior quando ele descobre sua natureza
essencial. Esse sentimento se consolida conforme vamos
percebendo que as pessoas são diferentes entre si e que
elas não correspondem ao que imaginamos que sejam. Aos
poucos vamos verificando a diferença entre a imagem que

formamos das pessoas e aquilo que elas são de fato. Isso
nos isola uns dos outros. Quando nos sentimos incompreendidos
é porque o sistema de valores que adotamos não é
compatível com aquele que é vigente. A solidão que ocorre,
mesmo quando estamos fisicamente acompanhados, pode
nos levar ao desespero e à fuga de nós mesmos, regulando
com a busca de compensações externas para suprir o vazio
por ela provocado. A solidão é inerente ao ser humano em
face da sua condição de criatura. Todo ser humano almeja o
encontro com seu criador, com a ‘mãe’ que o gerou. Quando
você se sentir assim, sozinho em relação ao mundo, pense
em tentar mostrar aos outros o quanto eles também estão
sós quando se colocam distantes de Deus. Aproxime-se você
do Criador e a solidão se ameniza. Sua felicidade é uma
conquista pessoal, realizável no coletivo.



3. Sensação de que algo iminente e absurdo vai acontecer
e que será descontrolado.
 
Essa sensação é decorrente
do medo do desconhecido e da incapacidade que temos
de ter controle sobre tudo. A vida é muito mais complexa
do que imaginamos e por isso temos medo. Nossa
consciência é muito limitada para entender tudo e para que
tenhamos uma visão mais ampla da Vida. Somos levados a
restringir nossa percepção a fim de mantermos o equilíbrio
psíquico. Essa sensação, consolidada pelos medos típicos da
infância, na idade adulta se transfere para algo considerado
sobrenatural. Esse evento costuma ocorrer quando as pessoas
se encontram em momentos nos quais são submetidas a
testes sob tensão. É nesse momento que a insegurança e a
falta de um referencial mais sólido acontece. Quando nossas
capacidades são submetidas à prova, sem termo s a certeza
de que sairemos vitoriosos, aquele sentimento ocorre. Não é
possível alcançarmos a felicidade se ainda nos descontrolamos
diante de tais eventos. Talvez seja melhor pensar que
tudo que pode ocorrer com o ser humano representa uma

contribuição de Deus para que ele, ao final, alcance sua felicidade.
Para que possamos melhor administrar aquela sensação,
precisamos não só enfrentar cada situação que nos
aproxime dela como também fortalecer nossos laços de ligação
com Deus. Temer o desconhecido é se tornar criança
diante da vida que, por não compreendê-la, procura se esconder
no colo materno. Lembre-se de que sua felicidade
prescinde de saber tudo e de controlar tudo. Nada acontece
ao ser humano que não seja para seu bem.



4. Desejo de revide a qualquer agressão ou sens ação
de que foi inferiorizado.
 
Esse sentimento ocorre com
todo ser humano em decorrência de sua raiva natural quando
se sente ameaçado. Ter raiva decorre de nossa herança
animal que permite o afloramento do instinto de sobrevivência
atiçando a defesa diante do perigo iminente. Devolver
uma agressão, seja da mesma maneira que a recebeu ou
de uma forma ampliada, fisicamente ou verbalmente, é natural
no ser humano. Sendo ou não agredido, qualquer ser
humano quando se sente exposto a uma humilhação, mesmo
que não tenha havido o propósito, tende a esboçar uma reação.
Reagir é natural e necessário. Porém, é preciso aprender
a reagir de uma forma que venha a concorrer para a felicidade.
Através de palavras e de sentimentos pode-se reagir
sem agredir ou sem que nos sintamos superiores aos outros.
As palavras devem ser colocadas, na reação, de tal forma
que promovam a percepção da dignidade de quem fala; que
levem o outro a aprender alguma coisa de nobre; que permitam
reflexão profunda sobre o sentido da Vida. Calar-se pode
ser gerador de mágoa ou reforçador de algum complexo.
A felicidade compreende a sabedoria em responder ao que
vem de fora em confronto com o que existe em nosso íntimo.

5. Desilusão e desencanto com pessoas e com o
mundo.
 
Isso decorre das exigências que mentalmente fazemos
em relação ao comportamento das pessoas. Essas exigências
muitas vezes decorrem da contaminação que nos
permitimos submeter ao aceitar a imagem que o outro passa
de si mesmo como se fosse sua real natureza. Devemos entender
que cada ser humano tem o direito de mostrar o melhor
de si, e nós, o dever de compreender que sua totalidade
não aparece naquele momento. Desiludir-se ou desencantar se
é necessário em face da ilusão e do encanto que nós
mesmos criamos. A felicidade deve superar os encantos e as
ilusões criadas pelo ego que não transcende a realidade material.
As pessoas não são obrigadas a corresponder à imagem
que dela fazemos ou que aceitamos formar em nossa
mente. As pessoas são iguais a nós mesmos. Para que a felicidade
não seja arranhada pelos desencantos e pelas desilusões,
aprenda a esperar tudo de qualquer pessoa. Todo ser
humano, por mais ajudado que possa ter sido por você, é
capaz de qualquer ato contra você. Espere o melhor do ser
humano e saiba receber a parte negativa da sombra dele
projetada em você. Saiba com naturalidade entender a ingratidão
e a raiva do outro contra você, mesmo que você
seja seu benfeitor. Do ser humano espere tudo e lhe dê amor.
A felicidade é também saber receber o que vier e devolver
o amor. O que você recebe é fruto do que você plantou
em alguma época. Não pense que seus feitos, por melhores
que sejam, irão colocá-lo em regime de exceção. Os
bons atos que praticamos não garantem isoladamente a gratidão
das pessoas. Cada um devolve à Vida o que estiver lhe
incomodando. Precisamos aprender a buscar a felicidade
sem exigir dos outros qualquer benesse para nós.



6. Descoberta real da morte antes dela ocorrer.

Todos nós enfrentamos esse sentimento de mortalidade, de
perda ou sensação de que iremos desaparecer. É uma sensa40
ção que exige muito da mente, a qual tende a afastá-la depressa.
Não se sustenta um pensamento desse por muito
tempo. Recorremos à integridade do ego que se exige imortalidade
e, por isso, teme a morte. É preciso que enfrentemos
tal sentimento ou descoberta, conscientes de que se trata
de um fato irreversível. A morte virá nos convidar a
transpor os desafios da matéria a fim de alcançarmos a plena
imortalidade. O desapego e a consciência da imortalidade
nos farão encarar a morte como uma passagem ou um
portal que nos leva à dimensão espiritual. A felicidade é alcançada
no grau em que aceitamos a mortalidade do corpo
sem que isso nos deixe preocupados ou tensos diante de sua
iminência. O fenômeno da morte é rejeitado pela consciência
em face de sua necessidade de manter-se acesa, direcionando
energia psíquica para coisas e fatos externos. A morte
significa devolver a energia psíquica para o inconsciente, o
obscuro e desconhecido território da psiquê. Isso não é admitido
com facilidade pela consciência. O hábito de mergulharmos
no inconsciente, seja através da análise dos sonhos,
pelas portas da meditação, pela imaginação ou por outros
processos, nos permite aos poucos encarar a morte com
mais tranqüilidade. A felicidade que desejamos se torna
mais acessível na razão que conseguimos entrar em contato
com o mundo subjetivo e espiritual no qual vive a psiquê.



7. Necessidade de liderar algum grupo.  
Ter algum
tipo de responsabilidade sobre alguém é uma experiência a
que todos nos submetemos, seja na família, no trabalho ou
em alguma atividade de lazer. Até mesmo na própria religião
que professamos somos convidados a instruir alguém, a
orientar outra pessoa que se encontre em sofrimento ou na
escuridão sem fé. Esse tipo de experiência nos permite perceber
a noção de responsabilidade com outrem. O sentido
de conduzir ou de participar do destino de alguém significa
entrar em contato inconsciente com o deus que habita em


nós. Exercemos nesse momento a paternidade divina latente
em nosso psiquismo. No momento em que estivermos naquele
exercício devemos cuidar para, não só aprender a orientar,
como também a passar o melhor de nós aos outros.



8. Desejo de ter conhecimento superior sobre algum
tema, demonstrando sabedoria sobre determinado
assunto.
 
Todos enfrentamos a necessidade de demonstrar
sabedoria diante de alguém no intuito inconsciente de compensar
seu próprio complexo de inferioridade. Nem sempre
é possível refrear o impulso de demonstrar saber mais que
alguém, principalmente quando esse alguém pretende fazer
o mesmo. Aquela necessidade deve ser preenchida com o
desejo sincero de realmente ter sabedoria. Isso deve impulsionar-
nos a ir ininterruptamente na busca do saber. Mesmo
quando alcançamos o saber que buscávamos, devemos ter a
noção correta do que fazer com ele a fim de não nos tornarmos
soberbos e vaidosos, o que irá demonstrar exatamente
o contrário, isto é, a falta de sabedoria. Diante do impulso
é preciso colocar em mente a nossa real ignorância
sobre a Vida e sobre o outro, para que saibamos aprender
com qualquer evento no qual estejamos envolvidos.



Embora esses eventos sejam inevitáveis, pode-se perfeitamente
antevê-los e prevenir para que se aproveite ao
máximo possível sua ocorrência. Nenhum de nós alcançará
a ciência perfeita de todos os eventos do Universo, mas certamente
poderemos nos preparar para que, quando atravessarmos
o inevitável, o façamos com alegria, entusiasmo e
felicidade.

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