Adriana Mangabeira
Desapegar de pessoas, relações, expectativas já não é fácil, mas de tanto treinarmos, na tentativa de sofrer menos com expectativas não atendidas, vamos aprendendo cada dia mais um pouquinho.
Desafio maior é desapegar da identidade que assumimos, do ego, dos hábitos, das crenças.
Mais uma vez parece que tudo isso já é sabido, de tanto que ouvimos. Mas isso é um trabalho diário; orai e vigiai. Aliás, vigiai, amai, orai. Vigiai, vigiai, vigiai, amai-vos mesmo assim e orai.
Sabemos todos os padrões de familiares que não desejamos repetir. Tomar este conhecimento é super valioso. Dói é perceber que, SIM, repetimos todos eles. Com nomes diferentes, desculpas diferentes, circunstâncias diferentes, ações diferentes, mas a atitude é a mesma. E por isso incomoda tanto.
Hoje li pela manhã a proposta de uma reflexão muito boa: do que não queremos desapegar? O que realmente importa?
E, ao perceber tantos padrões repetidos, veio como uma flecha: "se eu for tudo o que desejo ser, do que vou reclamar? Se eu for tudo o que desejo ser, quem irei culpar?"
E, ao mesmo tempo que parecia ridículo, medíocre e idiota, um imenso amor e compaixão a este ser que EU SOU, que está em evolução, que aprende a cada dia, me invadiram. E, assim, veio o acolhimento e a luz "o que realmente importa?"
Esta é a grande reflexão: o que realmente importa? É aprovarmos, sermos aprovados, é que alguém venha nos dizer como somos amados e especiais? Ou é, de uma vez por todas, antes tarde do que nunca, nos amarmos tal como somos, em todas as nossas partes e singularidades, e seguirmos adiante, nos reconhecermos merecedores como sempre fomos e assumir a responsabilidade pelo único compromisso que é ser feliz?
Nossa única missão é conosco mesmos. Nossa única missão é deixar fluir a alegria natural que há em nós, é simplesmente ser quem já somos hoje, AGORA, é criar algo com nossos dons, ainda que seja um prato saboroso, um arranjo de flores ou um hábito saudável. Ainda que seja cumprir as promessas que fizemos a nós mesmos e nos traímos tantas vezes com desculpas para não cumprir. Ainda que seja resgatar nossos sonhos e trocar a culpa por não ter feito ainda pela responsabilidade de uma nova escolha e fazer AGORA.
Quanto tempo ainda vamos esperar?
O que ainda vamos esperar?
Qual é o nosso sonho afinal?
Estamos aqui apenas para realizar sonhos!
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